Dicas para Ter Sucesso na Perícia de Auxílio-Acidente

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O segurado que pretende receber o auxílio-acidente deve passar por uma avaliação médica.

Trata-se de uma perícia bem diferente daquela realizada nos pedidos de auxílio-doença e aposentadoria por invalidez, pois ela tem uma abordagem e objetivos específicos.

Quem faz o pedido do auxílio-acidente sem conhecer esse procedimento pode entrar numa fria e colocar o seu benefício a perder, sendo que em alguns casos nem mesmo um bom advogado conseguirá reverter a situação.

Para que você não corra esse risco eu preparei um guia completo, onde reuni muito conhecimento e informações preciosas que trarão clareza e confiança para que você tenha um bom resultado na perícia e aumente suas chances de sucesso.

Aqui você vai receber dicas sobre documentos, objetivos da perícia, comportamento e mais:

COMO FUNCIONA A PERÍCIA MÉDICA DE AUXÍLIO-ACIDENTE

A perícia tem como objetivo investigar os fatos relacionados ao acidente e suas consequências. Através dela o médico procura entender:

  • Como aconteceu o acidente
  • Se esse acidente causou lesões
  • Se essas lesões causaram sequelas e limitações
  • As atividades exercidas na época do acidente
  • Se você passou a enfrentar dificuldade no trabalho após o acidente
  • Se houve perda de produtividade  

Se você solicitou o auxílio-acidente no INSS, o médico responsável pela avaliação será um Perito da Previdência Social, que normalmente é um clínico geral.

Em caso de pedido na Justiça ele será um Perito Judicial, que funciona como um Assistente do Juiz. Normalmente é um especialista no seu tipo de sequela.

Será com base no laudo pericial que o INSS, ou então, o Juiz vai decidir o caso. Então muita atenção para não cometer falhas que podem causar o indeferimento.

Continue comigo que até o final da leitura você vai dominar todo o procedimento.

DICAS PARA SEGUIR NO DIA DA PERÍCIA DE AUXÍLIO-ACIDENTE

Chegou o tão esperado dia da perícia. Inevitavelmente bate aquele nervosismo e insegurança sobre o que vai acontecer no momento da avaliação.

Dúvidas comuns como o que vão me perguntar, o que eu falo, como me comporto, o que é mais importante, virão constantemente em sua cabeça.

Obviamente que isso é totalmente novo e você não deseja cometer erros que possam comprometer o seu direito e colocar tudo a perder, por isso essa ansiedade é natural.

Se você está nesta situação, este conteúdo é para você.

Aqui eu reuni minha experiência acumulada ao longo de anos orientando clientes em perícias e desenvolvi as recomendações abaixo, que com toda a certeza irão ajudá-lo a superar esse momento com confiança e tranquilidade.

Seguindo o que vou compartilhar agora você fará uma ótima perícia:

1ª – Aproxime o perito de sua realidade

O principal objetivo da perícia é verificar a existência de sequela que ocasionou a redução da capacidade para o trabalho habitual.

Lembre-se: trabalho habitual é a função desenvolvida na época do acidente.

Seu papel na perícia deve ser auxiliar o médico a identificar essa situação.

Neste sentido, como o perito não conhece o seu histórico profissional é muito importante explicar de que maneira as sequelas impactaram no seu trabalho.

Esclareça:

  • Quais as limitações causadas pelas sequelas
  • As atividades exercidas na época do acidente
  • As dificuldades que passou a enfrentar no trabalho após o acidente
  • Mencione como as sequelas/limitações dificultam o trabalho
  • Esclareça se foi necessário se adaptar para a função depois do acidente
  • Traga exemplos reais do seu dia-a-dia na empresa contando as dificuldades
  • Se houve perda de produtividade o perito deve ser comunicado
  • Conte se ainda tem dores, sensibilidade ou toma medicação

2ª – Seja objetivo e utilize uma linguagem simples

Sempre que estiver falando sobre a sua rotina de trabalho e atividades, procure transmitir de maneira simples e que qualquer pessoa consiga entender, mesmo sem ter pisado na empresa.

Lembre-se, algo que pode parecer simples para você que trabalha faz anos na área, pode não ser para o perito, que muitas vezes nunca teve contato com a sua atividade, desconhecendo as máquinas, rotinas e procedimentos.

Por isso, evite termos técnicos e nomes específicos que somente profissionais da área conhecem. O que é obvio para você, pode não ser para as outras pessoas.

Neste caso, ao invés de citar apenas o nome técnico, procure explicar para o perito o que aquela máquina faz e como se opera, dentre outros detalhes relevantes da função.

Se puder, mostre fotos ou vídeos do procedimento.

Aproximar o perito de sua realidade significa explicar sua rotina de maneira simples e didática para que ele tenha um perfeito entendimento do seu dia-a-dia de trabalho.

Consequentemente, ficará muito mais fácil para ele entender se a sequela causa redução da capacidade para aquela atividade. 

3ª – Foco na redução da capacidade para o trabalho habitual

É importante entender que não é a presença da sequela que vai garantir a concessão do seu benefício, mas sim, a limitação que causa redução da capacidade para o trabalho habitual.

Por exemplo, falar que tem dificuldade para correr ou jogar bola. Quando o seu trabalho não envolve essas situações não vai lhe ajudar na perícia.

Neste sentido, mesmo que você tenha limitações para atividades pessoais ou de lazer, no momento da perícia você deve destacar apenas o que tem relação com o trabalho exercido na época do acidente.

foco exclusivo na situação que dá direito ao benefício permite com que você forneça informações mais precisas e detalhadas, e como consequência o perito poderá entender de maneira profunda os impactos e consequências em sua profissão.

4ª – Não finja ou invente situações

Em hipótese alguma você deve criar situações ou utilizar um discurso exagerado para convencer o perito de suas limitações.

Os peritos realizam dezenas de avaliações todos os dias e, portanto, são muito experientes.

Quem inventa situações para obter vantagem só tende a se prejudicar, sendo certo que o médico, com toda a sua bagagem, irá perceber e não cairá na “armação”, podendo até mesmo, diante da situação, negar o benefício a quem está verdadeiramente prejudicado.

Basta agir naturalmente e sem atitudes exageradas.

5ª – E se o perito não perguntar nada?

Eu sempre digo que a perícia é a oportunidade que você tem para mostrar e compartilhar tudo aquilo que não está no papel. Por isso os seus esclarecimentos são importantes.

Mas pode ocorrer do médico não lhe perguntar nada. E se isso acontecer, o que fazer?

Se você perceber que a perícia está se desenvolvendo e o médico se mantém em silêncio, apenas analisando os documentos e sem lhe perguntar nada, se coloque à disposição para contar a sua história.

Com educação, inicie uma conversa expondo ao perito as consequências do acidente.

Na mesma linha das orientações anteriores, conte suas atividades e como as sequelas dificultam o trabalho, traga exemplos do dia-a-dia e adaptações.

Essa abordagem funciona muito bem e tende a fazer com que ele preste a atenção em você.

Agora, se o perito interromper a sua fala e encerrar o assunto, aí não precisa insistir.

6ª – Atenção para a hora e local da perícia

É muito comum que o segurado deixe para verificar o local onde será realizada a perícia somente quando está no caminho, ou então, nem mesmo olha o endereço, pois “sei onde fica o INSS”.

Contudo, tal atitude pode ser prejudicial, pois muitas cidades possuem mais de um local, ou então, a agência pode mudar de endereço.

Em casos judiciais as perícias sequer são realizadas no INSS.

Deste modo, para evitar surpresas desagradáveis eu recomendo que verifique com antecedência o endereço onde será realizada sua perícia, bem assim, observe quais linhas de ônibus servem a região, se há estacionamento próximo, bem como o tempo para se deslocar até lá.

Para consultar o local de perícia acesse o Meu INSS, ele aparecerá assim:

pericia acidente

Você também receberá um e-mail com todas as informações sobre o evento.

Por fim, oriento que compareça no local com pelo menos 20 minutos de antecedência.

CONSEQUÊNCIAS PARA QUEM NÃO SE PREPARA PARA A PERÍCIA

Você viu quantas situações importantes precisam ser conhecidas e comprovadas para ter um bom resultado na perícia?

Agora imagine alguém que comparece na Perícia Médica sem conhecer esses detalhes, como é o caso de Ricardo, que procurou nosso escritório após ter o seu pedido de auxílio-acidente negado.

Ricardo sofreu um acidente de trabalho em 2015, que resultou no encurtamento de sua perna direita em 4 centímetros, além de causar rigidez em seu joelho.

Em julho de 2020 ele entrou com o pedido de auxílio-acidente e logo foi marcada a Perícia Médica.

Ele me relatou que não conhecia o procedimento e o objetivo da perícia, e que apenas compareceu no local determinado, levando a documentação médica.

Estando lá, durante a avaliação ele não esclareceu as limitações, impedimentos e dificuldades que as sequelas ocasionaram para o exercício de sua atividade habitual.

Por falta de conhecimento e orientação, todos os seus relatos foram relacionados a questões pessoais como deslocamentos na rua, exercício físico e a prática de esporte, situações sem relação com o trabalho.

Isso fez com que a lesão de Ricardo, apesar de causar restrições não fosse entendida como prejudicial para o exercício de sua profissão, tudo porque ele não sabia que o importante era esclarecer quais limitações ele teve para sua função habitual.

Como consequência o seu pedido de auxílio-acidente indeferido.

Ufa, ainda tinha uma solução…

Após analisar o caso de Ricardo eu expliquei os erros que ele cometeu para ter o benefício indeferido.

Em seguida esclareci que no seu caso ainda poderíamos fazer um segundo pedido, agora na Justiça.

Mas existem situações que nem mesmo um bom advogado poderá salvar.

Portanto, conhecer o procedimento seguir as recomendações desse artigo é essencial.

Você também pode contratar um advogado para lhe ajudar:

DOCUMENTOS PARA LEVAR NA PERÍCIA DE AUXÍLIO-ACIDENTE

Sem dúvidas a documentação é um dos principais aspectos levados em consideração pelo perito ao elaborar o seu parecer.

Isso acontece porque ele não conhece o seu histórico e o primeiro contato que terá com seu caso será no dia da avaliação, então os documentos irão lhe ajudar a entender:

  • Como aconteceu o acidente
  • As lesões
  • Os tratamentos
  • Sequelas
  • Atividades desempenhadas
  • Se há ou não limitação

A documentação serve para mostrar todo esse contexto e deve ser complementada pelo exame clínico e seus esclarecimentos, conforme orientações importantes que darei na sequência.

Então a minha dica preciosa sobre documentos será transmitida através da lista abaixo, onde compartilho os principais que utilizamos aqui no escritório, e que você também poderá utilizar no seu processo:

  • RG e CPF
  • Carteira de Trabalho
  • Laudos médicos
  • Laudo do IML
  • Atestados
  • Exames
  • Boletim de Ocorrência
  • Prontuário médico  
  • Boletim de Ocorrência
  • CAT – Comunicação de Acidente de Trabalho

É bom esclarecer que essa lista traz sugestões de documentos, sendo que você também poderá utilizar outros que comprovem o acidente e suas consequências.

Organize a documentação antes da perícia

Manter os documentos em bom estado de conservação e devidamente organizados é dever do segurado que vai passar pela perícia.

Essa preparação facilita o trabalho do médico e causa uma boa impressão sobre você.

Para lhe auxiliar na etapa eu recomendo que faça isso um dia antes da perícia:

  • Separe os documentos de acordo com a sua categoria
  • Organize em ordem cronológica
  • Faça uma separação com clips ou marcador de papel
  • Procure não levar dobrado ou amassado
  • Coloque em uma pasta

Seguindo essas instruções, com certeza o perito terá mais tempo para avaliar aquilo que é importante, ou seja, a redução da capacidade para o trabalho.

Não tenho todos os documentos, e agora?

Para responder a essa pergunta eu preciso esclarecer que você não tem a obrigação de possuir todos os documentos que eu listei mais acima.

Aliás, mesmo que você tente provavelmente não vai conseguir todos.

Isso acontece porque a nossa lista traz uma abordagem bem ampla, aplicável para praticamente todas as situações, e vamos adaptando-a de acordo com o caso.

Neste sentido, a necessidade de apresentação de cada documento deve ser avaliada conforme a realidade do caso, levando em consideração o tipo de acidente, lesão, tratamentos, dentre outros fatores importantes.  

Contudo, eu não posso deixar de alertar que se você não possui qualquer documento, é melhor providenciar antes de fazer o pedido, pois a falta deles sem dúvidas pode colocar tudo a perder.

Para saber mais sobre documentos, entender para que serve cada um deles e como conseguir, eu recomendo que acesse:

AUXÍLIO-ACIDENTE INDEFERIDO. DEVO ACEITAR A DECISÃO?

Se você deu entrada no auxílio-acidente e o pedido foi indeferido, não desista do seu direito.

Procure um escritório especializado em direito previdenciário para que ele entre com pedido judicial e reverta a decisão do INSS.

Caso o juiz dê sentença favorável você receberá todo o dinheiro que deveria ter recebido – referente aos atrasados – de uma só vez.

Se você conseguiu receber o benefício diretamente no INSS, orientamos que consulte um profissional e verifique se houve o correto pagamento dos atrasados.   

Agora, se você já deu entrada em um processo na justiça e após passar pela perícia o pedido foi negado, neste caso infelizmente não será possível entrar com outro processo.

CONCLUSÃO

Hoje compartilhei com você esse guia completo sobre Perícia de Auxílio-Acidente.

Agora você já sabe:

  • Como funciona a perícia de auxílio-acidente
  • O que esclarecer para o perito
  • O que não precisa ser mencionado
  • Como se comportar na perícia
  • Os documentos que precisar levar
  • A melhor forma para apresentar os documentos

O auxílio-acidente não é muito divulgado.

Por isso essas informações servirão para lhe colocar um passo mais próximo do seu direito.

Por ser um benefício que será pago para o resto de sua vida, vale o esforço de rever essa leitura antes da perícia para reforçar o que você precisa fazer para ter um bom resultado.

Gostou do texto ou sabe de alguém que tem direito ao benefício?

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